Total de visualizações de página

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

JORNALISTA - UM "SER PÚBLICO"?

NONADA Foto da jornalista Flávia Moraes (1983) durante um passeio feliz de amig@s, então colegas do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) - uma festa compartilhada com o público que passava pela calçada - regozijo de uma das primeiras turmas de Comunicação a se formar na vigência da Lei de obrigatoriedade do DIPLOMA DE JORNALISTA a profissionais que exercessem a função (1984), com registro no Ministério do Trabalho. SERÁ QUE SER JORNALISTA DEIXOU DE SER UM TRABALHO E PASSOU A SER UM "BICO"?
Os atos de Governo, desgoverno pelas interfaces de poder que cria sob a presumida invisíbilidade virtual, cria meandros à irresponsabilidade. Por mais que se queira não se esconde fatos, ocultam-se verdades, tapa-se o sol com a peneira. Silenciar a voz do povo é como não acreditar que "a mentira tem perna curta" como dizia vó Zezé, em sua cartesiana sabedoria do séc. XIX.
Diploma de jornalista não é enfeite de parede, como nas salas de visita de médicos, advogados, dentiststas etc Acabar como o diploma agrada a escritores frutrados ou jornalistas carreiristas, é asneira de "togado", com todo respeito ao quadrúpede. Cheira mais a uma "liberação geral" que favorece a irresponsabilidade ética, moral e profissional de produtores de conteúdos de campos reais e virtuais sem compromisso ético e moral com as informações. Isso agrada aos defensores do "pensamento único", donos do poder mediático que, com a invasão do "cibercomunismo" pela internet, como mostrou Barbrook, um dos pensadores da nova era, vão ter que rever suas parvoníces e catilinas retóricas amalgamadas por alguns dos Ministros do Supremo Tribunal de Justiça do Brasil, que no exercício político do aconchavo, "cospem" nas páginas da histórica luta da imprensa crítica brasileira, educativa, pautada na liberdade de expressão e luta contra os totalitarismos absolutistas de caudilhos, coronéis e patrimonialistas que dominaram a mídia e os poderes de Estado em nossa latinoamerica das ditaduras dos "anos de chumbo". Repito: meu diploma de jornalismo não é enfeite. O registro profissional garante prerrogrativas para que possa lutar contra as injustiças cotidianas que violentam pobres e cidadãos brasileiros desempodeirados. Não me garantiu serviços e "favores políticos" e sim trabalhos, pesquisa, produções livres, mesmo no desemprego, pois a internet é o simulacro de um outro mundo possível, em que a liberdade individual não se compra. Mantenho acessa a chama, o sonho, a utopia de pelejar pelo bem público, como jornalista e educomunicador. O fim da obrigatoriedade do diploma afasta o caráter público da profissão,sem as discussões éticas, políticas e culturais do espaço escolar, adia responsabilidades e promove a bandeira do "disse me disse" e a voz que silencia e oprime dos chamados "cães de guarda dos Governos", que protegem e garantem os bens e direitos materiais das elites que patrocinam a mídia de massa, A formatação da persona vem de berço, nem sempre explêndido. Nos tempos de meu velho pai, ferroviário da Central do Brasil,além de boné, terno azul marinho, gravata e sapatos engraxados, o chefe da estação trazia pendurado no pescoço o apito estridente, que sinalizava ao maquinista e passageiros qeu se despediam na plataforma, a saída do trem de ferro, sempre na hora exata, cheio de afetos, paisagens e mercadorias. Com o trem e meu amado pai se foram as carreiras: longas estradas em que se podia planejar, construir uma existência, pobre, com dignidade.
O neoliberalismo, com a globalização trouxe à baila o velho conceito anglosaxão de trabalho, o "job", que significa "bloco", tijolo; que na esfera do trabalho se traduz em empregabilidade, competêcnia instantânea, concorrência, o sucesso da famosa "Lei de Gerson", que trouxe a moda do "piercing no umbigo" ("Eu só quero é tirar vantagem!"). Substituindo o certo pelo duvidoso, a nova Economia do trabalho criou o temporário salário desemprego - que não sinaliza para o trabalho e inspiraria teses monumentais a estudiosos como Karl Marx. Os biscates, "servicinhos" e expedientes indignos passaram a agregar valores materiais e a serem corriqueiros no dia a dia dos polítiqueiros, "puxa-sacos", carreiristas, corruptos de carteirinha, hipócritas e canalhas de plantão. Essa gentália engravatada que alimenta o noticiário diário com temas trágicos, sensacionalistas e grotescos, em manchetes voláteis e inverossímeis, alimentam de informação as redes nacionais e internacionais, formando os cidadãos do mundo, não mais os antigos patriotas. A missão dos atuais jornalistas desdiplomados, em geral "filhos da pauta" ou da internet e não repórteres, é cumprir o "dead line" das redações e deseducar o povo, incentivando-o a temer a realidade imediata das ruas, a não pensar em suas tragédias pessoais, uma vez que o que mostra a "telinha" é pior que a reaidade que se vê nas nossas ruas.
Diploma de Jornalista, SIM. O estudo e o exercício do pensamento crítico é que garantem a cidadania das futuras gerações, sob a fiscalização ostensiva da imprensa no cumprimento dos deveres e obrigações do Estado; Educação, Saúde, Moradia, Trabalho e Lazer não são previlégios.
Sou jornalista por amor à arte do ofício e solidariedade humana, uma certa paíxão pela gente simples, humilde "que não foge da raia e nem deixa a peteca cair"; quer ser feliz e respirar o ar pelo nariz, sem ter que fugir de balas perdidas, distribuidas entre bandidos/ policiais do crime organizado num espetáculo que diverte e enriquece a mídia de massa. Povo não é gado," porquê o gado a gente prende, tange, ferra, engorda e mata". Gente quer ser feliz, ter respeitado o direito de "ir e vir", sem se curvar a políticos e beatos alucinados que devoram seus impostos pagos em benefícios próprios e em "nomini Dei" Ser Jornalista é não aceitar a injustiça, a calúnia, a covardia, a difamação, a intolerância, a tortura, as guerras, a iniquidade e a impunidade da Lei.
Na foto acima, clicada pela Flavinha,jovens estudantes de comunicação ignoraram o desbotado do tempo no papel fotográfico e na vida ... futuras tragédias, desencantos e apatias de cada um, fugídias naquele instante fotográfico de alegria e amor coletivo: uma dança na rua, entre pessoas, máquinas e lojas. Daquele turbilhão ainda escuto o eco: vivíamos uma Revolução, enlaçados de sinceridade e amor em nossa rede social universitária... sem internet, mas com os divertidos debates na sala de aula e no bar do Sr. Vicente, o "cabe mais um", no portão da UFJF; as alegrias desse network ainda eram seladas nas cervejadas e reuniões de grupos de estudo.
O tempo/espaço de Escola e o da Redação Jornalística são diferentes, ambíguos. Os estagiários deveriam viver estes momentos como excessão, pois dizem muito mais do que as incertezas e inseguranças, passíveis de domínio e submissão, que poderá tornar-se uma regra de conduta a jornalista sem diploma, num tempo em que "manda quem pode e obedece quem tem juízo", como dizem os idiotas. Volto na Flavinha e registro a sua graça para a representação em cera de Hitler e do poder alucinado das massas manipuladas, que é do tempo do rádio. OK?

domingo, 1 de novembro de 2009

"Hasta la vitória, siempre!": contra o pensamento único.

NONADA.
Imagem: logomarca da CLACSO, acesso: 01/nov/09. Hoje, no blog DO Emir, editado pela Carta Maior, em sua edição de 01 de Novembro de 2009, o PENSAMENTO CRÍTICO latinoamericano veio à baila.
Considero a reflexão do professor EMIR SADER necessária à formulações futuras de políticas públicas e consciência crítica de nossos hermanos latinos. Sader resume as palavras do Vice-presidente da Bolívia, Alvaro Garcia Linera, no encerramento da XXIII Assembléia Geral do Conselho Latinoamericano de Ciência Sociais (CLACSO) que aconteceu de 7 a 10 de outubro, em Cochabamba. Ouçamos o mestre SADER em seu post DESAFIO DO PENSAMENTO CRÍTICO: "O pensamento crítico latinoamericano acompanhou, ao longo de várias décadas, os procesos políticos mais avançados do continente, analisando-os e apontando suas potencialidades, seus limites, suas contradições e perspectivas. Hoje, quando vários países do continente vivem processos de construção de alternativas políticas ao neoliberalismo, o pensamento social do continente necesita urgentemente se colocar em dia com esses processos. Uma teoria que não desemboca em propostas efetivas de transformação social, que não busca a compreensão das dinâmicas de transformação democrática que ocorrem de forma real e não meramente imaginária em nossas sociedadeas, termina por se tornar uma teoria estéril, inóqua para qualquer projeto emancipatório e liberador. Uma prática política que se nutre da boa teoria, rigorosa, crítica e comprometida, tende a multiplicar suas potencialidades como prática transformadora da realidade social." (SADER, Emir. Desafios do pensamento crítico. Blog do Emir. Carta Capital, disponível em: , acesso:1/11/2009). Na construção desta "boa teoria", Sader se posiciona à frente da rede de acadêmicos e pesquisadores que contribuiram para a existência da CLACSOCLACSO, instituição não governamental que nasceu em 1967, ano que insere a América Latina no mundo com dois eventos significativos: o assassinato do médico e revolucionário argentino Ernesto CHE GUEVARA e o lançamento do livro "Cem Anos de Solidão", de Gabriel Garcia Marquez. A literatura latinoamericana contava também com a irreverência de Júlio Cortazar, que em "O Jogo da Amerelinha" ("Rayuela"), abriu as portas do "Velho Mundo" aos escritores lationamericanos. Os então "países civilizados" do primeiro mundo se curvaram com seu "pensamento único" e viram suas instituições se implodirem com as manifestações juvenis de París, em maio de 1968 ("Barricadas do Desejo"), que ecolodem em todos os continentes e manifestações coeletivas em centros urbanos industriais e universitários. As bandeiras da liberdade se agitam, de um lado com o sucesso da Revolução Cubana, com Che Guevara e o comandante Fidel Castro, que mostrara a que veio, e de outro com a juventude assumindo o poder para desespero dos líderes dos regimes totolitários, que ampliam seu poderio militar e sua fúria contra o PENSAMENTO CRÍTICO implantando o TERROR com assassinatos em massa, desaparecimentos e o silêncio imposto pelo medo a crimes e torturas, comuns nos anos em que prevaleceram os regimes militares. Hyooies e guerrilheiros assumem o poder das rosas e do amor e a juventude troca fuzis, pistolas e metralhadoras por guitarras eléticas com a revolução da Contracultua, em "viagens pelo astral", por meio de drogas alucinógenas, cujo consumo era incentivado e facilitado pela publicidade e pela moda, através da cultura de massa das mídias, que fornecia o substrato necessário à ideologia do PENSAMENTO ÚNICO, num mundo em que uma pequena minoria se enriquecia com a pobreza e indigência da maioria, que sobrevivia na miséria, um dos sustentáculos da globalização imposta pelo neoliberalismoem em seu controle econômico e político sobre a produção das Mídias de Massa. Instrumentos sutis, que operam no inconsciente coletivo e individual, "o meio é a mensagem" ou a massagem que garante o poder das oligárquas populistas latinoamericanas. Mas o sacrifício de muitos não foi em vão, como disse Che Guevara em seu Diário: "Sei que vão me matar, mas outro empunhará o meu fuzil". O víés alienante da contracultura fez com que o tiro saísse pela culatra. Um sexto sentido se desenvolve na juventude que, mesmo massacrada pelos "Big Brothers" e pela presunção assumida do Jornalismo "cabeça falante" dos cães de guarda do poder, ainda encontra meios de circulação para novas formas de luta em defesa das idéias e esperanças que asseguraram a sobrevivência do PENSAMENTO CRÍTICO. Particularmente de minhas experiências como jornalista, produtor de televisão educativa, coordenador de curso de comunicação e professor de Metodologia Científica, sigo o sonho de Bolívar, San Matin, Maikovski, Lorca, John Lennon, Luther King, Gandi e todos os revolucionários que ultrapassam a dimensão da própria existência para pensar um universo maior, que não se limitava apenas ao piercing de seus umbigos. Volto ao mestre SADER para um histórico da luta no campo da produção de idéias frutificado nas redes tecidas pelas Ciências Sociais, das quais a Comunicação é devedora e se expande em democracia com o novo mundo virtual, que converge todas as mídias, que é a internet, uma nova revolução social, cultural e econômica. Contra os fatos não há hipóteses daí que, reconhecer a importância de 1967 como marco de inserção do continente Latino Americano no contexto histórico mundial, inclui o reconhecimento da CLACSO, mais um marco daquele ano que mudou a história da humanidade:
Desde sua criação, em 1967,a CLACSO "ampliou e fortaleceu suas ações como rede de instituições acadêmicas no campo das ciencias sociais, com 259 centros associados em 25 países da América Latina e do Caribe, da Europa, dos Estados Unidos e do Canadá. Trata-se, sem nenhuma dúvida, de uma das redes universitárias mais importantes do mundo, com 30 grupos de trabalho temáticos, dos que participam mais de 1.500 pesquisadores e pesquisadoras de 28 países; com uma Rede de Pósgraduacoes que reúne mais de 500 mestrados e doutorados, em que atuam 7.000 professores e mais de 30.000 alunos e alunas; com uma reconhecida política de bolsas para o desenvolvimento de pesquisas sociais, especialmente destinada à formação de jovens acadêmicos; com a maior Biblioteca Virtual da América Latina, articulada em uma rede de unidades de documentação e registro que chega quase a um milhão de textos impressos por mês, com um Campus Virtual pioneiro no desenvolvimentp de cursos à distância de nível de pósgraduacao, com qualidade e rigor acadêmico; com diversos programas de cooperação e integração regional, particularmente com países da Ásia e da África. CLACSO dispõe de uma ativa política editorial, com mais de 500 livros publicados, além de desenvolver ações de divulgação do pensamento social latinoamericano com o apoio de prestigiosos meios jornalisticos como La Jornada, do México, Página 12, da Argentina, e as edições do Le Monde Diplomatique no Brasil, no Chile, no Peru, na Bolivia, na Colômbia e na Espanha, em que se publicam mensalmente os Cadernos do Pensamento Crítico, com uma tiragem de mais de dois milhões de exemplares por ano. Nos últimos três anos, CLACSO publicou 150 livros, com textos de 822 autores e autores de mais de 50 países."
Reeleito em Cochabamba para um novo triênio no cargo de Secretário Executivo da CLACSO, uma instituição pública não governamental "que aspira contribuir para que a América Latina se pense a si mesma e a seu lugar no mundo, a partir de sua própia história, suas especificidades e seus interesses", Sader acredita no papel de "usina de pensamento crítico em consonância com os processos de transformação e de mobilização social" que assistimos no continente latinoamericano hoje. E os desafios exigem ações rápidas e eficazes desta rede acadêmica que constitui a CLACSO. Sader cita: "A refundação dos estados plurinacionais da Bolívia e do Equadordois[...]" como dois bons motivos para se trabalhar desde o "campo universitário e das instituições de pesquisa" para consolidar a democracia no continente latinoamericano. Fora da Academia, das Televisões Educativas (que se dizem públicas por força da marca), resta-nos a internet, esta ferramenta de comunicação que resiste bravamente aos controles absolutistas e autoritários dos países ricos.