Total de visualizações de página

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

"Rita Lee foi passear..."

http://www.ritalee.com.br/blog/?p=350 NONADA. RobertoCarvalho é homem  "de sorte"; encontrar a mulher de nossa vida é como o amor pela Virgem Maria: é um ato de fé. Juntos com a música, compartilham o amor da família, a convivência mito/ realidade com as diferentes individualidades  mescladas na "massa" da "Geléia Geral", que faz a cultura humana. O "fato" de não conceder seu espaço de criação e atuação pública ao declínios da cultura de massa é um detalhe precioso de suas carreiras artística, nesta época submissa à mercadotecnica, em que indivíduos são substituídos por marcas, em tatuagens espalhadas em corpos, "sarados", e que se identificam por "tribos", protegidas pela impunidade do anonimato coletivo, de espaços virtuais.

Rita, com os Mutantes, puxaram o comboio de um trem de ferro, que saiu de Minas Gerais com o "Clube da Esquina" e foi parar em "Sampa", com a Jovem Guarda e a Tropicália, mediados pelos Festivais da MPB, transmitidos ao vivo pela televisão, a mais nova moradora dos lares humildes e mansões, amalgamadas na cultura brasileira com influências musicais do Jazz, do Blues, do Samba, do Rock'Roll e da Bossa Nova, nova moda de jovens, intelectuais, boêmios da pequena burguesia carioca e sãopaulina; praieira, dos embalos de sábado à noite, que não incomodava os militares a serviço da ditadura imperialista dos EUA, nos tempos de Guerra Fria (Comunismo x Capitalismo). Na atmosfera global, a Revolução da Juventude explodiu em Paris, 1968, com a movimentação pública de jovens, operários, artistas e intelectuais, numa gigantesca manifestação pública, que se esparramou  pelas ruas centrais e adjacentes da cidade francesa, em eco com outras capitais, em diversos lugares do mundo, conectados pela televisão, pelo rádio, jornais e revistas que mostravam o mundo em fase de globalização, num  movimento de massa, denominado, entre outras pérolas colhidas pela Contracultura, de "Barricadas do Desejo".

Hoje... a contracultura é tribal, local. Está no twitter, facebook, como o gaijinsentai , formando um emaranhado de informações comunicadas por nodos, em de links magnéticos, que aproximamam máquinas e apontam rotas; côncavas, convexas, paralelas, num traçado de teias, sútis significações múltiplas, textura do ciberespaço. A internet tráz outra revolução com a democratização da comunicação. A juventude perde a face, ou melhor, assume múltiplas identidades nesta televisãoZONA que é a "rede interligada de computadores via IP (Internacional Protocol).

Agora, jornalista que se preza é blogueiro. Desempregado, arranca seu sustento de acordo com a publicidade assinalada pelos cliques em seu blog. As empresas de comunicação, por sua vez, criam um novo conceito de redação jornalística e o produto, quase sempre, aponta para a banalização dos saberes, para o sensacionalismo e terrorismo midiático, que gravita em torno do pensamento único, que rege a globalização do neoliberalismo, trazendo ao Estado um papel diferenciado do público, mais voltado para o policialesco.

NONADA- sem emprego, blogueiro, creio na rebeldia juvenil, na inteligência que brota da arte e do pensamento revolucionário, que transforma o feio em belo. Cultivo o amor às pessoas de "boa vontade", como as crianças e os velhos sábios; a música solar ou lunar, que vibra em nossos sentidos como trombetas dos anjos e arcanjos, e nos protege das baladas eletrônicas da moda, extasiantes e sudoríferas..

A cultura das mídias emerge das redes sociais, pontos de encontro virtuais da internet. Os velhos revolucionários românticos da contracultura, que buscavam paz e amor, entre canhões e soldados armados de fuzil e bombas de gás lacrimogênio se mandaram para a Califórnia, Aruba, São Tomé e Biberibe. Já não representam aquela "massa juvenil colorida". Sobreviventes de uma guerra invisível, perversa, jovens velhos entre velhos jovens; contamos com a energia do abacate, da manga, da jaca, da banana e do "bom da vida", que emana da saúde e contemporaneidade de artistas que, como Rita Lee, fez de sua vida uma paixão, compartilhada com seu namorado, seus filhos e seus fãs; ... uma canção eterna, que alça a liberdade de voar nas próprias idéias e sentimentos.

Há muito o que aprender com a vida e seus fenômenos, pois nossa estadia na terra tem um custo pessoal: lutar pelas "Crianças do Futuro", para que possam bailar ao som do luar, do mar, das palmeiras ao sol no sal da Terra.

Nenhum comentário: